HÉRCULES

Release – 2006

Um novo e grandioso espetáculo de rua
Depois da estreia no Festival de Curitiba veio a São Paulo a produção do espetáculo de Rua Hércules. Com a experiência das apresentações de rua, os grupos Parlapatões e Pia Fraus decidiram se unir num projeto que, mais do que produzir um espetáculo, pretendeu romper com o pensamento estigmatizado o qual teatro de rua é tratado. Uma mudança de paradigma necessária para redimensionar e colocar em debate a importância do teatro na construção da cidadania. Com arquibancada montada na rua para 800 pessoas, Hércules foi um espetáculo de grandes proporções oferecido gratuitamente ao público.

Com dramaturgia de Hugo Possolo (Parlapatões) e direção de Beto Andreetta (Pia Fraus), Hércules reuniu os elencos dos grupos aos participantes das oficinas de elaboração do espetáculo para contar a epopeia grega numa visão contemporânea.

A história do semideus Herácles, mais conhecido por seu nome romano, Hércules, desafiado a realizar doze trabalhos, forneceu o argumento e as imagens para uma montagem grandiosa, de proporções inéditas no país. Além da arquibancada, o cenário era composto por uma carreta de 13m cujas laterais se abriam e fechavam em cena; uma área cênica de 20m x 15m, e 2 andaimes (de 8m e 6m) compunham a dimensão extraordinária de uma encenação alegórica. Eram 26 atores em cena munidos de bonecos gigantes e outros objetos de cena inusitados, como um carro, cinco motos e uma ambulância.

Muitas vezes, os espetáculos de rua são tratados de maneira infantil, quase ingênua. A intenção foi romper os limites deste tratamento superficial. Nesta montagem a opção foi penetrar nos mistérios das grandes aventuras da humanidade: a guerra, as doenças, a fome, o poder econômico, religioso ou político, entre outros.
Como todo mito grego, a vida de Hércules fala para além do fato, narra questões e desafios humanos colocados em todas as épocas. Nesse sentido, os grupos, na concepção do roteiro, buscaram compreender os desafios do homem da antiguidade e atualizar essas questões para o mundo contemporâneo. Hoje, o Leão de Neméia, que simboliza a força, poderia muito bem ser visto como a força do poder econômico; as aves negras do Lago de Estínfalo, que demonstram a escuridão dos desafios de difícil superação, podem ser comparadas à questão da fome.

Parlapatões e Pia Fraus respeitando as características de seus estilos, compõem uma unidade no que diz respeito à comunicação direta com a platéia, à utilização de recursos circenses, a uma constante pesquisa cênica e à manutenção de seus respectivos repertórios. Se de um lado, os Parlapatões aplicam-se em um humor verbal e na interação do público, de outro a tônica visual dos espetáculos do Pia Fraus, colocam-se como elementos que se integram. Em Hércules, a plasticidade e o humor irão dialogar com as dimensões gigantescas de cenário e bonecos.

Destacam-se, além das alegorias estabelecidas, de forte inspiração no carnaval, a busca de uma dramaturgia própria para a rua. A base erudita de uma história mitológica é traduzida por elementos da cultura popular, como o coro das Erínias e Íficles, irmão gêmeo de Hércules, que narram situando o espectador no contexto de cada cena.

O processo de investigação artística foi resultado do projeto Hércules, Um Novo Paradigma para o Teatro de Rua , iniciado em agosto de 2005, no Programa de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo. Foram diversas oficinas preparatórias que contaram com a participação de atores, produtores, dramaturgos, cenógrafos, figurinistas e aderecistas, muitos dos quais foram selecionados para integrar a encenação.
As apresentações em São Paulo foram viabilizadas pelo SESC São Paulo. O espetáculo contou também com o apoio cultural da CCR – Cultura nas Estradas.

Ficha Técnica

Dramaturgia: Hugo Possolo

Direção: Beto Andreetta

Assistente de direção: Wanderley Piras

Argumento e concepção cenográfica: Beto Andreetta, Hugo Possolo e Raul Barretto

Elenco: Raul Barretto (Hércules), Claudinei Brandão (Hera e Mauro, o Centauro), Henrique Stroetter (Eristeu; Atená e Melanipe), Marcelo Castro (Íficles) e Hugo Possolo (Zeus e Hipólita).

Coro: Denise Venturini, Helena Cerello, Joana Mattei e Marília Carbonari (Erínias).

Atores Manipuladores: André Martins, Camila Bevilacqua, Camila Ivo (Corça de Erínia e Gaia), Carol Di Deus (Alcmene), Dani New (Jesus), Dulce Coppedê (Mégara), Fabek Capreri (Bispo), Gilson César, J. E. Tico, Júlia Mascaro, Júlio César Dória, Mariana Goulart, Melina Menghimi, Patrícia Leonardélli, Pedro Negrão e Telma Negro.

Direção de Arte e Figurinos: Hugo Possolo

Trilha Sonora: Paulo Soveral

Iluminação: Tato Cobertt

Máscaras: José Toro Moreno

Preparação vocal: Carlos Bauzys

Confecção das alegorias cênicas: Gustavo Pinheiro e Sidnei Caria

Assistentes: Cláudia Muller, Daniel Segato, Francisco Wagner, Nana Oliveira, Yasmim Flores, Ricardo Siqueira, Alexandre Justino, Rodrigo Andrade, Juciê Batista, Dino Soto, Silas Caria

Consultoria circense: César Guimarães

Serralheria: Krismer Pepino e Rodnei Pepino

Costureira: Leci de Andrade

Diretor de palco: Jackson Íris e Paulo Pansani

Contra-regras: Alexandre Justino, Gustavo Pinheiro e Marcos Loureiro

Operador de som: Randolfo Neto

Operadores de luz: Christiano Resideri, André Silva Alves, Edmilson Aparecido Dalva, Rogério Pereira da Silva,Luiz Carlos Ribeiro Moraes

Direção de Produção: Raul Barretto

Produção Executiva: Cristiani Zonzini

Assistentes de Produção: Mariana Goulart, Júlio César Dória, Carol Di Deus e Vivian Dozono

Equipe de Produção: Calu Baroncelli, Daniela Renzo, Marco Antonio Senna, Raquel Araújo, Renata Bertelli

Comunicação e Assessoria de Imprensa: Vivian Dozono

Programação Visual: Werner Schulz

Redação do Programa: Hugo Possolo e Vivian Dozono

Fotos: Luiz Doroneto

Projeto realizado através do
Programa Municipal de Fomento ao Teatro
Para a Cidade de São Paulo – Lei 13.279/02

Apoio cultural:
CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias
CCR – Cultura nas Estradas

Realização:
Sesc São Paulo
Parlapatões, Patifes & Paspalhões
Pia Fraus
Cooperativa Paulista de Teatro